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Arquitetura baseada em microsserviços acelera inovação e personalização de serviços financeiros para pequenas e médias empresas
Adnews
15.08.2025
Por João Tosin, CEO e Co-fundador da Celero
Nos últimos anos, o ecossistema financeiro brasileiro passou por uma revolução silenciosa — e exponencial. Se antes a digitalização era uma promessa, hoje é pré-requisito. E, nesse novo contexto, os microsserviços se tornaram o motor por trás da inovação, especialmente quando o objetivo é escalar soluções ágeis, inteligentes e personalizadas para atender às demandas cada vez mais sofisticadas do público PJ.
É dentro dessa engrenagem de transformação que bancos e fintechs vêm construindo parcerias estratégicas com impacto direto em um dos setores mais relevantes da economia: as pequenas e médias empresas (PMEs).
O desafio de escalar personalização no atendimento PJ
As PMEs representam 99% das empresas brasileiras e respondem por cerca de 30% do PIB nacional (Sebrae, 2024). Ainda assim, o relacionamento bancário com esse público tradicionalmente seguiu uma lógica pouco personalizada, marcada por produtos genéricos e um suporte padronizado — muitas vezes mais próximos do que é oferecido para pessoas físicas do que para estruturas empresariais com desafios próprios.
É aí que a lógica dos microsserviços — pequenas aplicações modulares e independentes que se conectam em uma arquitetura flexível — ganha tração. Com eles, bancos e fintechs podem integrar componentes de diferentes origens (ERP, adquirentes, plataformas de pagamentos, dados fiscais e contábeis, etc.) para oferecer soluções verdadeiramente contextuais.
O uso estratégico de microsserviços permite que instituições financeiras tenham acesso em tempo real a dados estruturados sobre a saúde financeira de seus clientes PJ. Com isso, é possível oferecer produtos alinhados ao momento de cada empresa, como linhas de crédito baseadas no comportamento de caixa, alertas de obrigações fiscais e soluções de antecipação de recebíveis sob demanda.
Essa abordagem elimina a dependência de dados genéricos de scoring e amplia a capacidade preditiva das instituições, o que se traduz em menor inadimplência, maior adesão a produtos financeiros e maior satisfa ção do cliente. O dado, quando bem interpretado e acionado, deixa de ser um recurso bruto para se tornar diferencial competitivo.
Ao adotar arquiteturas baseadas em microsserviços e inteligência de dados, o sistema financeiro consegue oferecer soluções mais inteligentes, acessíveis e sintonizadas com as necessidades dos empreendedores. Isso representa não apenas um avanço tecnológico, mas uma mudança de paradigma no relacionamento bancário com PMEs.
Em um país com mais de 21 milhões de pequenos negócios formais e informais (IBGE/Instituto Locomotiva, 2023), acelerar esse tipo de inovação é vital para destravar produtividade, impulsionar o crédito e fortalecer cadeias produtivas locais.
Microsserviços e Open Finance: alicerces de um novo ciclo
Com o avanço do Open Finance, os microsserviços se tornam ainda mais relevantes como facilitadores da interoperabilidade. Eles permitem que dados fluam com segurança e contexto entre plataformas diversas, habilitando experiências financeiras muito mais completas e inteligentes — inclusive fora do ambiente bancário tradicional.
Essa flexibilidade será essencial para o setor financeiro seguir relevante e competitivo diante do surgimento de novas demandas, modelos de negócio e jornadas híbridas, que misturam o digital com o atendimento humano em canais físicos.
A verdadeira inovação acontece quando tecnologia, dados e propósito se unem para resolver problemas reais. O ecossistema dos microsserviços, ao ser combinado com uma visão estratégica de relacionamento com o público PJ, pode transformar o papel das instituições financeiras: de fornecedores de produtos para parceiros estratégicos no crescimento empresarial.
O Brasil tem os ingredientes para liderar essa transformação na América Latina — com regulação avançada, maturidade tecnológica e um mercado de PMEs sedento por soluções mais conectadas à sua realidade.
É hora de construir pontes entre os dados e as decisões. E os microsserviços são o caminho mais sólido para essa travessia
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