Artista de GTA 6 e Red Dead Redemption 2 diz que IA “não pode substituir pessoas” e critica entusiasmo exagerado com a tecnologia

Com o avanço da inteligência artificial na indústria de games, profissionais experientes têm se posicionado sobre os efeitos dessa transformação. Um deles é David O’Reilly, artista que trabalhou por mais de dez anos na Rockstar Games em títulos como GTA 5, Red Dead Redemption 2 e GTA 6. Em entrevista ao canal Kiwi Talkz, O’Reilly reconheceu utilidades da IA, mas foi enfático: “ela não pode substituir pessoas”.

Segundo o artista, a principal função da IA está na automação de tarefas repetitivas e operacionais, como o posicionamento de vegetação ou a costura de terrenos em ambientes virtuais. Ainda assim, ele pondera que criar mundos abertos com alto nível de detalhe e qualidade exige o trabalho humano. “A IA pode fazer um rascunho inicial, mas não vai entregar algo jogável sem tanta supervisão que talvez seja mais fácil fazer você mesmo”, afirmou.

“Tem aparência de algo incrível, mas não é” O’Reilly diverge de nomes como Obbe Vermeij, também ex-Rockstar, que veem na automação uma forma de reduzir os custos de desenvolvimento de futuros títulos, como GTA 7. Para O’Reilly, esse entusiasmo com a IA mascara deficiências graves. “Ela tem a aparência de algo incrível, mas não é”, declarou.

Ele citou experiências com ferramentas como o ChatGPT, que, apesar de aparentarem segurança nas respostas, às vezes entregam informações incorretas — o que pode ser perigoso para usuários sem conhecimento técnico suficiente para identificar os erros.

“Muita coisa feita por IA é ruim” O artista também expressou preocupação com o uso indiscriminado da tecnologia, especialmente quando imposto por empresas ou superiores hierárquicos. “Muita coisa feita por IA é ruim”, disse. Apesar de reconhecer que a automação pode economizar tempo em processos mecânicos, ele defende que criatividade, precisão e qualidade continuam sendo atributos exclusivamente humanos — e insubstituíveis.

Fonte: ING Brasil